sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Histórias cheias de fé.

HISTÓRIAS CHEIAS DE FÉ.
___Raykorthizo Perez.
A sabedoria dos tempos tem sido preservada de muitos modos, mas nenhuma com mais apelo do que as simples alegorias chamadas parábolas. Estas cinco histórias se apresentam tão atuais hoje como no dia em que foram contadas pela primeira vez. Elas captam a essência de cinco religiões: Budismo, Judaísmo, Confucionismo, Islamismo e Cristianismo.

BUDISMO
- O Grão de Mostarda


Uma jovem mulher, tendo perdido o seu primeiro filho, estava tão desolada e aflita que perambulava pelas ruas, implorando algum remédio mágico que retribuísse a vida do seu menino. Alguns se afastavam com piedade;  outros riam e a considerava louca; ninguém tinha palavras para consolá-la. Até que um velho sábio, notando seu desespero, disse: "Existe apenas um homem em todo o mundo que pode fazer esse milagre. Ele é o Ser Perfeito e reside no alto da montanha. Vai até ele e pede".
A jovem mulher subiu a montanha e, de pé diante do Ser Perfeito, suplicou: "Ó Buda, devolvei a vida de meu filho". E o Buda disse: "Volta para a cidade, e vai de casa em casa, e traze-me um grão de mostarda de uma casa onde ninguém tenha jamais morrido".
O coração da jovem mulher estava cheio de esperanças quando ela desceu a montanha às pressas e correu para a cidade. Na primeira casa em que bateu, disse: "O Buda me mandou conseguir um grão de mostarda de uma casa que nunca tenha conhecido a morte".
- Nesta casa muitos já morreram - disseram-lhe.
Assim ela seguiu para a próxima casa, e perguntou de novo.
- Impossível contar o números dos que já morreram aqui - foi a resposta. 
Ela foi a terceira casa e à quarta, e à quinta, e mais e mais, através da cidade, e não pôde encontrar uma só casa que a morte já não tivesse visitado.
Assim a jovem mulher voltou ao topo da montanha.
- Trouxeste o grão de mostarda? - perguntou o Buda.
- Não - disse ela - nem procurei mais. A dor e o desespero me tornaram cega; pensava que somente eu tinha sofrido nas mãos da morte.
- Então, porque voltaste? insistiu o Ser Perfeito.
- Para pedir-vos que me ensine a verdade - respondeu a mulher.
E foi isto que o Buda lhe disse: "No mundo do homem e no mundo dos deuses, a Lei é uma só: todas as coisas são passageiras".

JUDAÍSMO
- A Parábola e a Verdade.


Uma vez, os discípulos de um rabino, famoso por sua erudição e finura, perguntaram-lhe porque costumava esclarecer a verdade contando uma história - uma parábola:
"Um dia, a Verdade andava visitando os homens sem roupas e sem adornos, tão nua como seu nome. E todos que viam viravam-lhe as costas, e ninguém lhe dava as boas vindas.
"Assim, a verdade percorria os confins da Terra, rejeitada e desprezada.
"Uma tarde muito desconsolada e triste, encontrou a Parábola que passeava alegremente, num traje belo e muito colorido.
- Verdade, porque estás tão abatida? - perguntou a Parábola.
- Porque sou tão velha e feia que os homens me evitam - replicou a Verdade.
- Que disparate - riu a Parábola - Não é por isso que os homens te evitam. Toma, veste algumas das minhas roupas e vê o que acontece.
- Então a Verdade pôs algumas das lindas vestes da Parábola e, de repente, por toda a parte onde passava era bem-vinda.
O rabino sorriu:
- Pois a verdade é que os homens não gostam de encarar a Verdade nua; eles a preferem disfarçada.

CONFUCIONISMO
- O Diplomata e o Rei.


Quando Yentze, astuto diplomata do Estado Ch'i foi nomeado embaixador no reino de Ch'u, sabendo uqe Yentze era tão vaidoso de espírito quanto pequeno em estatura, decidiu humilhá-lo um pouco. Mandou cavar nos muros da cidade - perto do grande portão de entrada  - e disse ao capitão da guarda para abrigar Yentze a rastejar através do portão dos cães quando ele aparecesse para apresentar suas credenciais.
Quando Yentze chegou às muralhas da cidade, o capitão da guarda disse:
- Meu rei vos ordena entrar pelo portão dos cães.
Yentze curvou-se numa longa reverência:
- Só se usa um portão de cachorro num país de cachorros. Não posso insultar a grande terra e Ch'u entrando por outro caminho que não o grande magnífico portão apropriado para o vosso rei.
Quando o rei foi informado do que se passava, deu ordens para que Yentze fosse trazido  à sua presença imediatamente. Examinou o diplomata com frieza e, tentando embaraçá-lo mais uma vez disse:
- O reino de Ch'i deve ser tão escasso em população quanto o seu povo é pequeno no corpo, já que eles foram obrigados a enviar-vos para aqui.
- Não, Majestade meu país é muito  populoso - sorriu Yentze - e seu povo é ´celebre pelo esplendor de corpo e de espírito.
Mas em Ch'i, escolhemos nossos embaixadores segundo o valor do país para que são designados. E eu, como Vossa Majestade tão rapidamente percebeu, sou o homem menor e menos inteligente de Ch'i.

ISLAMISMO
- Escravo e o Filósofo.





Estava um paxá cruzando o oceano num leve navio, quando desabou uma terrível tempestade. Um de seus escravos persas, que nunca antes estivera no mar, começou a chorar e gemer, gritando com tanto terror que ninguém conseguia consolá-lo.
Por fim o paxá berrou irritado:
- Não existe ninguém a bordo que possa acalmar este covarde?
- Um filósofo, que por acaso encontrava no navio, disse:
- Com a vossa licença, senhor, penso que poderia acalmar  este homem.
- Pois tenta - disse o paxá. O filósofo observou o trêmulo escravo e convocou alguns marinheiros:
- Atirai-o na água.
Jogaram o escravo no mar. E ele começou a afogar, e se  debatia desesperadamente, e seus gritos eram terríveis.
- Agora içai-o para bordo - disse o filósofo.
Os marinheiros puxaram o escravo de volta para o navio. Ele se agarrou ao convés, ofegante e assustado, mas silencioso. O paxá, impressionado e surpreso, perguntou ao filósofo:
- Como explicas isto?
Ao que o sábio respondeu:
- Antes de ter uma mostra de afogamento, ele não poderia apreciar a abençoada segurança de um navio.
Para os anjos do Paraíso o Purgatório é Inferno: mas para os condenados do Inferno, o Purgatório é o Paraíso.

CRISTIANISMO
- A Mensagem de João.
 Apóstolo João



Quando João, o apóstolo amado, estava bem velho, seus discípulos sentavam-se em volta dele todas as manhãs e ouviam um sermão sobre a vida e os ensinamentos de Cristo. Depois, lançavam-se à aventura de pregar o Evangelho.
Cada dia, os jovens discípulos retiravam das palavras de João algum pensamento central, e cada dia, partiam em busca de adeptos, e construíam  sua mensagem  sobre o pensamento que haviam recebido de João. Ano após ano, espalhavam-se pelo mundo e viam o povo fiel multiplicar-se.
Um dia, um grupo de discípulos novos e impacientes veio até João e perguntou:
- Que verdade nos dareis agora para levar ao povo?
- João ficou calado algum tempo, enquanto os jovens aguardavam.
Depois disse:
- Dizei ao povo isto: Filhos, amai-vos uns aos outros.
O desapontamento apareceu nas faces dos jovens discípulos e eles olhavam uns para os outros desiludidos e infelizes.
- Por que pareceis desapontados? - perguntou João.
- Isto nós já dissemos antes  ao povo - observou um deles.
- Já pregamos o amor uma e muitas vezes - acrescentou outro. - Não podeis oferecer-nos alguma coisa nova? - pediu um terceiro.
João sacudiu a cabeça:
- Não, agora e sempre - porque ela envelhecerá sem deixar de ser nova - deveis transmitir aos homens a verdadeira mensagem de nosso Salvador: Filhos, amai-vos uns aos outros.

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